quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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As malas prontas. O vento voando sobre meus cabelos negros. A saudade de algo ou alguém que cresce no peito. Não digo Adeus, mas Até Logo!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Mar interior.

Um mar imenso, um azul, uma onda, um baque. Assitindo ao mar, tão impenetrável, pude notar o quão insignificante são as lágrimas que com dor caem dos meus olhos. Que pequenas são! Vi o mar acontecer. As ondas baterem nas pedras e ressoarem numa música de poeta, trazendo um sossego que cala as mágoas e esconde os gritos. Os grãos de areia, que sem-vida vivem, com cada mergulhar, se movem, sendo assim, diferentes do que eram antes. Sendo grãos, mas não apenas grãos, sendo grãos, sendo areia, e por fim, sendo praia. O Sol, ardente, brilhante, intangível. Os raios invadindo a matéria aquática, fazendo com que cada concha seja mais que concha, seja luz, vida. As ilhas, que ao longe prostradas estavam, cantavam e dançavam, e num borbulhar, pude cantar com elas. Inspirei tão fundo o ar que me cobria as células e a maresia encheu meus pulmões. Um mar imenso, um azul, uma onda, um baque. Que agora, moram dentro de mim.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

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Lembra quando no meu ouvido você falava que não tinha que temer a morte? Você dizia que a morte é a nossa única certeza na vida e ria enquanto dizia, que se ninguém morresse, não haveriam estrelas no céu! Bom, eu nunca te contei no que acredito e acreditava. Mas tenho que admitir, que agora que você se foi, te procurarei no céu, toda noite. E não sentiria falta das estrelas contanto que você estivesse aqui.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Fome.

Lambeu os beiços procurando por alguma migalha que repousando nos lábios fartos e rosados, se tornou indispensável. Era a fome. Na amplitude da palavra, desta vez, quis dizer fome apenas. Em outras épocas de sua vida, quando filósofo, teria dito: não é fome, é um estado de espírito que cresce divagando sobre a alma que almeja, a alma que eterna brilha procurando ascender. Hoje em dia, traduzia o desespero, o grito que lentamente carcomia seu semblante e gastava-lhe a essência, isso era o que sentia. Isso era a fome. Os braços finos, as pernas fracas, os pés grossos. Grossos como cascos de cavalo. Respirou fundo, e tragando o ar com força sobrenatural, buscava encher o peito de despeito. Sua língua úmidamente seca, sentia o gosto de pólvora, e dormia no chão da boca, que vazia e escura, chorava. Na árvore mais próxima sentou. Quem nasce filósofo, vive filósofo, filósofo morrerá. Pensou: "o corpo vivo, é o que come, como narra a ciência. O que ela não diz, é que não se pode viver alimentando-se de amor." Depois disso, restou uma memória, um corpo e uma fome. Uma fome intensamente e unicamente de paixão.