segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DEixo tudo sem nome, pra respresentar que nesta vida, nada pode ser rotulado. Nem com letras, nem com números. Acredito que tem coisas que começam, outras que terminam e outras que mudam. O blog me acompanhou, mas abandono este projeto. Não por falata de tempo, mas por falta de coragem. Acho que virou pessoal. MAs obrigada, a todos aqueles que algum dia ainda leram essa joça.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dois corações.

E se fez um rio. As águas corriam por dentro do espaço quase vazio das frestas sujas de madeira. Fazia questão de me encarar, com sua imensidade rítmica. Me senti apagada e o céu me esmagava, quebrando-me os ossos. Cacos de vidro e porcelana me rodeavam os pés que agora sangravam. O meu mundo latejando, com um ardor pretenciosamente destrutível e com um frescor que aparecia beeeem de longe, intangível. A dor lacerante do sal nas feridas vivazes me engolia e eu senti algo novo. Paixão. Me apaixonava pela incontrolável sede de morrer. Tudo ao redor parecia se mover em câmera rápida. Sedi ao peso do meu corpo e caí. O vidro perfurou minha pele pálida e em cada pontada, em cada sangrar, consegui sentir dores orgasmantes. Desejei que durassem para sempre. Deitada sobre minha barriga, não contestei o fato de que nada me restava. Meus lábios beijaram o chão e os cortes profundos me trouxeram o gosto amargo e salagado do sangue. Bebi, gole por gole. Agarrei alguma coisa. Mas não consegui fazer com que minha mão cortasse meu estômago de maneira transversal. Trouxe minha mão ao peito. Senti meu coração bater cada vez mais depressa, como se ele soubesse. Como se quisesse aproveitar para bater o máximo possível antes de adormecer. Cravei a faca no peito e soltei um grito mudo. Então o rio parou e ficou em silêncio. Os gritos da mente pararam. Os cacos não se movimentavam mais embaixo do corpo. E como num sopro, o coração apagou. Nada mais se ouviu. Se ouvia apenas um pequeno coração, que parecia chorar... vinha do estômago da morta.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

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Amo ver seu sorriso e imergir nele. Amo sentir sua mão, seu toque quente sobre minha pele amargamente carcomida pelo tempo. Amo estar presa nos teus braços e senti-los cobrindo-me o corpo. Amo chorar e sentir a umidez de seus dedos limpando-me a face antes mesmo de sentir o sal na minha boca. Amo você. E ao mesmo tempo, te odeio. Odeio ver seu sorriso e por imergir em sua profundidade, cegar-me e deixar de ver minhas próprias lágrimas. Odeio sentir sua mão, seu toque quente, que me faz arder os músculos e que acaba me consumindo. Odeio me sentir presa em teus braços. Odeio nunca sentir o gosto de sal das minhas lágrimas, odeio ter esquecido seu gosto. Odeio você, mas te amo. Amo quando me cobre ao ver minha pele arrepiada. Amo a certeza em suas palavras. Amo quando seus lábios pressionam os meus e deixam neles o inchaço de um amor ardente. Amo seu olhar brilhante sobre minha face pálida. Amo quem você me faz ser. Te amo, e ao mesmo tempo, não deixo de odiar-te! Odeio quando achas que minha pele arrepiada é frio, quando na verdade, é medo. E não procuro cobrir-me, procuro proteção. Odeio a arrogância nas suas palavras, que vêm disfarçadas de uma certeza eloqüente e pretensiosa. Odeio o inchaço e a dor que fica dos seus beijos forçados. Odeio seu olhar fosco sobre minha face doente. Odeio quem você me faz ser. Odeio o fato, de que você me faz amar-te.