terça-feira, 18 de janeiro de 2011
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Amo ver seu sorriso e imergir nele. Amo sentir sua mão, seu toque quente sobre minha pele amargamente carcomida pelo tempo. Amo estar presa nos teus braços e senti-los cobrindo-me o corpo. Amo chorar e sentir a umidez de seus dedos limpando-me a face antes mesmo de sentir o sal na minha boca. Amo você. E ao mesmo tempo, te odeio. Odeio ver seu sorriso e por imergir em sua profundidade, cegar-me e deixar de ver minhas próprias lágrimas. Odeio sentir sua mão, seu toque quente, que me faz arder os músculos e que acaba me consumindo. Odeio me sentir presa em teus braços. Odeio nunca sentir o gosto de sal das minhas lágrimas, odeio ter esquecido seu gosto. Odeio você, mas te amo. Amo quando me cobre ao ver minha pele arrepiada. Amo a certeza em suas palavras. Amo quando seus lábios pressionam os meus e deixam neles o inchaço de um amor ardente. Amo seu olhar brilhante sobre minha face pálida. Amo quem você me faz ser. Te amo, e ao mesmo tempo, não deixo de odiar-te! Odeio quando achas que minha pele arrepiada é frio, quando na verdade, é medo. E não procuro cobrir-me, procuro proteção. Odeio a arrogância nas suas palavras, que vêm disfarçadas de uma certeza eloqüente e pretensiosa. Odeio o inchaço e a dor que fica dos seus beijos forçados. Odeio seu olhar fosco sobre minha face doente. Odeio quem você me faz ser. Odeio o fato, de que você me faz amar-te.
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