sábado, 23 de outubro de 2010
Mary and Max.
Ele longe. Ela distante. Ele fugia dos padrões, fugia do real, do concreto. Era irônico, vivia numa selva de concreto. Ela era distante, era estranha, era insatisfeita. Ele não amava a si próprio, era sozinho, não tinha amigos. Ela não gostava de si, tinha apenas a si mesma e não tinha amigos. E por meio de palavras, se encontraram. Não se viram não se tocaram ou sentiram seus cheiros. Apenas sentiam nas palavras escritas, o fogo ardente de uma amizade entre dois estranhos. Deram-se oportunidades, de errar, de ser imperfeitos, de desejar a morte, de sentir na boca o gosto adocicado do chocolate e de sentir no peito as saudades. Ele segurava a palavras e sorria dentro de si mesmo, para si mesmo. Ela olhava a foto dele, derramando lagrimas de uma aflição crescente. Ela saiu de longe, e foi pra perto. Perto dele. Já era tarde. Jazia ele ali, coberto pelo tempo e envolvido nas saudades de alguém que nunca viu. Mas então, ela entendeu. Que mesmo longe, os dois fizeram algo, que nenhum dos dois conseguiu sozinhos. Ela própria, não conseguia ate o momento. Ele a amou. Ela o amou. Amou mais do que amava o próprio chocolate. Amou mais que a si mesma. Amou uma idéia. Amou um amigo.
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