sábado, 2 de outubro de 2010
Todo mundo já chorou.
Todo mundo já chorou. Sentiu a alma caindo na forma de lágrimas, saindo e tocando a pele do rosto. Sentiu o mundo desabar nos próprios ombros. Sentiu o frio chegar ao corpo e abraçou a si mesmo, na esperança de fugir do calafrio eterno de uma mágoa incurável. Sentiu medo, transcendente, fenomenal, desumano. Sentiu a falta de ar nos pulmões latejantes de dor. Sentiu os joelhos dobrarem, lentamente, quase que numa dança, até encontrarem o duro do chão e acordadrem de um sonho no qual voam! Sentiu a confusão se apoderando de cada pequena célula do corpo. Sentiu que era inútil, intangível. Sentiu tanto e ao mesmo tempo, sentiu que nada daquilo foi suficiente. Sentiu a impotência por sobre os céus da consciência e por isso, sentiu raiva. Sentiu raiva até que sua garganta arda de dor, por gritar um grito agoniante, silencioso, intenso. Sentiu aflorar no peito um calor que dói. Sentiu tudo isso, e só apareceram as lágrimas? Todo mundo já chorou. Mas será o choro suficiente? Será algo suficiente? Quando no mundo, existe o ator, que chora quando quer e onde quer. Meso sem sentir nada. O que será chorar, então?
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não, nunca é suficiente, pois se choramos é porque na certa nos falta algo. por menor que seja esse algo, falta algo. todo mundo já chorou.
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